Ladrões roubam 600 litros de cerveja deixada para maturar no fundo do mar
Três cervejarias argentinas entraram em uma colaboração, em novembro do ano passado, para maturar cervejas em barris no fundo do mar. Todos pensavam que a produção estava indo bem, até que na quarta-feira (24), data escolhida para emergir a bebida, foi descoberto que ladrões mergulharam e furtaram os barris.
Cerca de 600 litros da bebida, pertencente às cervejarias Heller, La Paloma e Baum, foram levados pelos ladrões. O prejuízo das cervejarias, no entanto, é ainda maior pois o líquido que estava sendo maturado debaixo d´água não era uma cerveja pronta, mas sim parte de um blend que seria utilizado para a fabricação de um novo rótulo.
Os barris furtados estavam presos aos destroços de um navio soviético, o Kronomether, que chegou a Argentina após ser abandonado por conta do fim da URSS. O pesqueiro, afundado em 2014, tornou-se um local popular entre mergulhadores e por conta disso foi escolhido pelos cervejeiros como “esconderijo”.
Eduardo Ricardo, um dos donos da Cervejaria Heller, foi quem teve a ideia do projeto, após ouvir falar de procedimentos de maturação semelhantes em outros lugares, embora nenhum desse porte.
Além de criar um rótulo especial, com a maturação marítima, as cervejarias esperavam doar parte dos lucros com o projeto midiático para o Museu Municipal de Ciências Naturais Lorenzo Scaglia, em Mar de Plata.
Todavia, um dia que deveria ser de alegria por tirar os barris do mar acabou sendo de tristeza. Ao chegar até o barco afundado, os mergulhadores não encontraram os barris e perceberam que “os sonhos de fazer cerveja no fundo do oceano” haviam acabado.
Carlos Brelles, fundador da empresa de mergulho que participou da operação, disse que chorou ao descobrir que os barris não estavam mais no lugar que haviam sido armazenados.
“Não roubaram apenas os barris, roubaram as esperanças de empresários e assalariados que não tiveram um bom ano”, escreveu Carlos em sua página do Facebook. Segundo ele, os organizadores esperaram mais de um ano para obter todas as licenças necessárias para a operação.
Quanto aos criminosos, Carlos suspeita que “duas ou três pessoas estejam por trás disso”. A principal teoria é que pessoas com experiência de mergulho usaram um barco para ir até o local do naufrágio, a cerca de três quilômetros do porto local, mergulharam por 20 metros e roubaram os barris.
Arrasadas com com a perda, as cervejarias estimam que tiveram um prejuízo de duas mil garrafas que estariam à venda, após a realização do blend. Não há relatos sobre quaisquer suspeitos do crime.