Experiência de ATER Agroecológica em comunidade rural de Camaçari é referência
A experiência da prestação do serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater) na comunidade de Coqueiro, município de Camaçari, Território de Identidade Metropolitano de Salvador, vem gerando resultados positivos, a partir da execução da formação voltada para a transição agroecológica. A ação é executada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio de equipe técnica da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater).
A iniciativa, aplicada na comunidade de Coqueiro, após as etapas de diagnóstico e planejamento, integra a estratégia do Formater, programa de formação da Bahiater/SDR, voltado para agentes e técnicos que atuam no serviço de Ater. Nesse processo formativo em Agroecologia, estão incluídas também questões como o processo de produção com o uso de bioinsumos e práticas agroecológicas, até a comercialização e acesso ao mercado. Entre os temas abordados estão ainda o processo de certificação orgânica participativa; interação com outras entidades; e comercialização em feiras e mercados locais.
Daniel Dourado, técnico extensionista da Bahiater/SDR, especialista em Agroecologia, Produção Agroecológica e Agro-homeopatia e responsável pela formação na comunidade, explica como está sendo feita a atividade: “Estamos fazendo um trabalho presencial, já com seis encontros quinzenais realizados aos domingos, desde o mês de julho. Os agricultores estão motivados, interessados e aplicando as tecnologias orientadas na capacitação, para fazer a transição agroecológica e caminhar em um processo mais maduro de consolidação, que é o da certificação orgânica, para conseguir o selo”.
Wellington Silva, agricultor familiar e presidente da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Coqueiro de Monte Gordo (Coopermonte), explicou que, nesse processo de formação, um dos maiores aprendizados é o da necessidade de primeiro fazer uma mudança nas mentes dos agricultores e agricultoras, para realizar, na prática, a transição agroecológica: “É esse perfil que a gente precisa. Que nossos agricultores compreendam essa lógica do convívio e relacionamento com a natureza. Objetivamente, já temos o ganho do aumento da produção, com as técnicas e conhecimentos adquiridos na formação”.
As famílias agricultoras da comunidade estão participando dos treinamentos e de todo o processo de busca pela certificação orgânica participativa, colocando em prática todos os conhecimentos adquiridos. A ação tem promovido inclusão produtiva, aplicação de tecnologias de base ecológicas e oportunidade de trabalho e renda, com a possibilidade de vendas em outros municípios do Território, para o escoamento da produção, além da existência de grupos de consumidores organizados como Consumidores que Sustentam Agricultores (CSA).
Os encontros abrangem conteúdos teóricos e práticos e incluem orientações como a da marcação e confecção de curvas de nível; preparo de produtos homeopáticos – preparo de tintura-mãe e nosódio; preparos sobre correção do solo usando o próprio solo; abertura de berços, adubação e plantio de fruteiras.
Sobre a ação
O objetivo é fortalecer a expansão de atividades produtivas, já em curso na Comunidade de Coqueiro. No projeto, são discutidas e colocadas em ação as práticas agroecológicas. A produção agroecológica de hortaliças reúne os 25 beneficiários diretos do projeto, estimulando a autonomia, autogestão e senso de coletividade da Associação/Cooperativa/Comunidade.