Elinaldo gastou 77,5 milhões de dólares do empréstimo de US$ 80 milhões do CAF e não concluiu obras em Camaçari
Representantes do CAF estiveram em Camaçari nesta quinta (20) e sexta-feira (21) para tratar do andamento das obras pendentes da gestão anterior.
As promessas de transformar a cidade e fazer a integração em toda a Camaçari ao contrair um empréstimo de US$ 80 milhões de dólares (R$ 456 milhões) junto ao CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina, em 2019, ficaram só no campo da idealização. Em cinco anos, o governo do ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) gastou US$ 77,5 milhões de dólares (R$ 441 milhões, aproximadamente) e não concluiu o pacote de obras previsto no contrato milionário com o banco.
Análise técnica detalhada do Programa de Integração e Desenvolvimento Urbano, Social e Ambiental de Camaçari, identificou como aspecto crítico a suspensão simultânea de praticamente todas as principais intervenções do programa entre novembro e dezembro de 2024 – dois meses após o resultado das eleições municipais.
Todo o programa, que prevê obras de mobilidade, qualificação urbana, desenvolvimento econômico e gestão ambiental, tem o valor de US$ 100 milhões de dólares, sendo US$ 80 milhões do empréstimo do CAF e US$ 20 milhões de recursos municipais. Em valores atualizados, com o dólar valendo em média R$ 5,70, o empréstimo internacional custou ao município R$ 456 milhões.
Restando somente US$ 2,5 milhões de dólares, o atual governo terá a árdua tarefa de concluir as obras da Avenida Eixo Urbano Central e do Centro Histórico, onde apenas 57% da intervenção foi executada. A gestão retomou a requalificação do Centro no último dia 13 de março, dividindo a força-tarefa em seis etapas.
“Não poderíamos repetir o erro e deixar aquela obra paralisada por mais tempo, prejudicando o comércio e a vida de quem passa por ali todos os dias. Nós temos compromisso com o povo de Camaçari”, frisa o prefeito Luiz Caetano (PT).
Diante de uma transição nada pacífica e sem colaboração de Elinaldo, a atual gestão não teve conhecimento de relatórios e dados importantes sobre os termos que regem o contrato do CAF. Quanto as obras do Centro Histórico, o governo Caetano identificou a necessidade de ajustes no projeto inicial para incluir rede de drenagem e iniciar o processo de instalação das tubulações para a rede de esgoto, inexistente nas vias.
O combo de projetos inacabados também inclui a requalificação urbana de Itacimirim e Barra do Jacuípe, o manejo e urbanização da Lagoa das Virgens, a estruturação do Sistema Próprio de Ensino Municipal e Formação de Docentes, a criação do Núcleo de Monitoramento dos Recursos Naturais, o apoio ao desenvolvimento empresarial da micro, pequena e média empresa; a capacitação de agentes turísticos e a promoção turística da orla.