• 28 de February de 2025

Elinaldo deixa rombo de R$ 1,2 bi e mais de R$ 50 milhões em dívidas sem registro na prefeitura de Camaçari

 Elinaldo deixa rombo de R$ 1,2 bi e mais de R$ 50 milhões em dívidas sem registro na prefeitura de Camaçari

Foto: Jean Victor

Um total de R$ 1.222.822,00. Essa é a cifra exata da dívida consolidada de Camaçari deixada pelo ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil). A quantia é o somatório de empréstimos, financiamentos, contribuições previdenciárias e precatórios.

Junto a esse valor bilionário está uma dívida que ultrapassa os R$ 50 milhões, acumulados no seu último ano de gestão. O calote, que é referente apenas a 2024, pode ser ainda maior. Isso porque o ex-gestor não deixou registrado nos sistemas da Prefeitura de Camaçari as notas fiscais ou contratos com as quantias pendentes de pagamento, muito menos o dinheiro em caixa para quitar a chamada Despesa do Exercício Anterior (DEA).

Ao assumir o comando do Executivo Municipal em 1º de janeiro de 2025, o prefeito Luiz Caetano (PT) foi surpreendido ao se deparar com fornecedores e prestadores de serviço batendo à porta da Prefeitura para cobrar o pagamento de serviços realizados durante a gestão anterior.

Esses mais R$ 50 milhões deixadas por Elinaldo englobam dívidas com a saúde, educação, serviços públicos, a exemplo de R$ 4,2 milhões não pagos às duas empresas responsáveis pelo transporte escolar.

No extrato da dívida ainda estão mais de R$ 2 milhões referente às creches; R$ 1,2 milhão do Programa de Transporte Social, Técnico e Universitário (TSTU); mais de R$ 5 milhões das clínicas conveniadas ao SUS; R$ 2,2 milhões em exames laboratoriais e R$ 1,7 milhão devido ao ISIBA, instituto que administra a mão de obra da UPA da Gleba A/Gravatá.

O 1/3 das férias dos professores que não foi pago pelo ex-prefeito em 2024, no total de R$ 4,7 milhões, foi quitado e honrado pela atual gestão, sob o comando de Caetano, no dia 10 de janeiro.

Em um cálculo rápido, é possível constatar que Elinaldo endividou Camaçari em R$ 800 milhões durante os seus oito anos de gestão, de 2016 a 2024, uma média de R$ 100 milhões por ano, sobretudo à base de empréstimos, alguns contraídos em moeda estrangeira. Mas onde esse dinheiro foi investido? Essa pergunta fica sem resposta, quando obras como a da Praça Desembargador Montenegro não foram concluídas e escolas e postos de saúde foram encontrados degradados.

O caos ainda tem mais um adicional: um orçamento congelado para 2025, com um remanejamento de apenas 2%. O governo passado teve 100% de remanejamento. A manobra feita por Elinaldo e seus aliados, tem um impacto direto na atual gestão, podendo comprometer a continuidade dos serviços essenciais.

Joe Improta