• 3 de February de 2025

Cimatec e Equinor desenvolvem projeto em Camaçari para produção de biocombustíveis

 Cimatec e Equinor desenvolvem projeto em Camaçari para produção de biocombustíveis

O Senai Cimatec e a empresa Equinor firmaram acordo para produzir biocombustíveis a partir da restauração da Mata Atlântica. Com início previsto para este mês fevereiro, o projeto será desenvolvido em um campo experimental no Cimatec Park, no Polo Industrial de Camaçari. Batizado de SAFE – sigla para Agroflorestas Sustentáveis para Energia – a iniciativa tem foco em bioenergia e sequestro de carbono. O investimento, de cerca de R$ 20 milhões, conta com recursos da Equinor, por meio da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

A parceria pretende possibilitar a restauração de ecossistemas degradados enquanto produz biocombustível, que pode ser utilizado como combustível marítimo ou de aviação. De acordo com o projeto, isso vai ser possível a partir da adoção de técnicas na otimização da produção de oleaginosas, integrando-as a sistemas agroflorestais. Este tipo de cultivo combina benefícios das árvores com a agricultura tradicional, melhorando a saúde do solo, aumentando a biodiversidade e impulsionando os rendimentos agrícolas. Desta forma, além do cultivo das oleaginosas, que viabilizam a produção de biocombustíveis, é possível sequestrar carbono.

“O projeto SAFE representa um marco no enfrentamento das mudanças climáticas, ao integrar sistemas agroflorestais e tecnologias avançadas como aprendizado de máquina e sensoriamento remoto. Com foco no bioma da Mata Atlântica, vai promover soluções que geram benefícios ambientais, sociais e econômicos, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, afirma Leone Andrade, diretor-geral do Senai Cimatec. Ele informa que, para além dos 42 meses previstos pelo projeto, o campo experimental desenvolvido no Cimatec Park, no Polo de Camaçari, poderá ser utilizado para testes e análises adicionais, a ser definido pelos parceiros ao final do cronograma do projeto.

O projeto prevê como resultado um protocolo para implementação, manejo e monitoramento do sistema agroflorestal proposto na Mata Atlântica, bem como um relatório econômico sobre a produção de oleaginosas, sequestro de carbono e uma avaliação de impacto social e ambiental. Além disso, um modelo integrado envolvendo quantificação de carbono na biomassa e no solo, análise de ciclo de vida, parâmetros meteorológicos, bioenergéticos e econômicos será calibrado e validado utilizando integração de multi-sensores, análises laboratoriais e inteligência artificial.

“Conhecemos a relevância dos biocombustíveis para a descarbonização de setores como o marítimo, do qual fazemos parte com nossas operações nas Bacias de Campos e Santos. Nesse sentido, enxergamos na cultura sustentável de oleaginosas uma alternativa possível para reduzir as emissões das nossas operações”, afirma Andrea Achoa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor no Brasil.

Joe Improta