Através dos dados disponíveis no portal da transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), veio à tona o pagamento de mais de R$ 1,5 milhão em gratificações feitas pelo presidente da Câmara de Camaçari, Niltinho Maturino, a servidores comissionados em apenas três meses de trabalho.
Antes de entrar em detalhes — sem rachar o assunto — eu lhes pergunto: qual administrador ou empresa premia seus colaboradores a partir do primeiro mês de trabalho? Eu já imaginava a sua resposta! Fato é que, a generosidade com dinheiro público levanta um forte sinal de alerta.
Abraçado aos comissionados que são servidores indicados politicamente — Niltinho enxergou um “potencial fora do comum” nos novos contratados e resolveu distribuir gratificações desde o primeiro mês, dividindo os valores da seguinte forma: R$ 507 mil em janeiro, R$ 530 mil em fevereiro e R$ 531 mil em março, totalizando R$ 1,5 milhão.
Essa prática é bem conhecida pelo povo camaçariense. Durante o ano de 2024, ano eleitoral, o ex-prefeito Antônio Elinaldo bateu recordes de gratificações para centenas de servidores através da CET (Condições Especiais de Trabalho), inflando os salários em até 300%. À época, o escândalo ficou conhecido como “A Farra dos Supersalários”.
Nas últimas semanas, um radialista da cidade levantou a suspeita de que os ex-vereadores Flávio Matos e Professora Angélica — derrotados nas últimas eleições — acumulariam R$ 100 mil mensais em cargos e nomeações na casa legislativa.
O ponto central é que o líder dos fiscalizadores, Niltinho, precisa explicar quais são os critérios que justificam essas bonificações. Informações dão conta de que a base do governo municipal já se movimenta para uma possível auditoria na Câmara.
Coluna Quebra-queixo – Joe Improta