Três jovens foram presos em Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador, durante uma operação da Polícia Federal contra suspeitos de fraudar auxílios emergenciais, deflagrada nesta segunda-feira (9) em São Paulo, Bahia e Tocantins. Ao todo, a ação cumpre 14 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária.
O objetivo da ação foi identificar e desarticular a atuação de organizações criminosas que cometeram fraudes para obter ilicitamente valores do benefício concedido pelo Governo Federal aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados durante a pandemia de Covid-19.
Na Bahia, além dos cumprimentos dos mandados, foi autorizada a quebra do sigilo bancário das contas dos investigados e o bloqueio dos valores ali depositados, bem como o sequestro de veículos usados pelos integrantes do grupo criminoso.
De acordo com a investigação, os suspeitos teriam cadastrado 59 contas de forma fraudulenta, somente em Simões Filho, e nelas, desviado cerca de R$ 33 mil do auxílio. O órgão acredita que o número total é bem maior, já que esses dados apresentados se referem a apenas uma semana, que são casos em que as vítimas formalizaram a contestação junto à Caixa.
Segundo a Polícia Federal, a partir de cruzamento de informações em bases de dados, os investigadores chegaram em suspeitos de fraudar o recebimento do benefício de forma organizada e estruturada. Os criminosos conseguem os dados pessoais de terceiros para solicitar e receber o dinheiro.
“Eles agiam mediante fraudes em duas etapas. A inicial, era o cadastro de contas do auxílio emergencial sem os conhecimentos dos titulares. Estes só tomavam conhecimentos das contas quando iam abrir as próprias contas. E a segunda etapa era o pagamento de boletos falsos bancários emitidos em nomes dos próprios criminosos e pagos com o dinheiro do auxílio. A fraude abrangia o cadastramento de contas do auxílio emergencial, sem o conhecimento dos seus titulares, e em nome destes, e também o pagamento de boletos em nomes dos criminosos com o valor do auxílio”, contou Suzana Jacobina, delegada da Polícia Federal.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A ação, denominada Primeira Parcela, em alusão ao pagamento das parcelas do auxílio emergencial, é a primeira feita por meio de uma força-tarefa formada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal, Controladoria-Geral da União, Caixa Econômica Federal e Tribunal de Contas da União para identificar fraude no auxílio.