Após 2 meses da denúncia do pedido de propina para a empresa Dragão, apenas três vereadores pedem investigação
Dois meses após o prefeito de Mata de São João, Bira da Barraca (União Brasil), ter citado em um áudio, que a empresa de produtos de limpeza Dragão não se instalou em Camaçari, porque a prefeitura da cidade pediu propina, apenas três vereadores seguem pedindo investigação.
Desde que se tornou público, o prefeito de Camaçari, Elinaldo, informou que fez uma consulta interna e que não houve pedido de propina – óbvio que uma denúncia dessa gravidade não deveria ser analisada e enterrada por quem lidera o governo que sofreu a acusação – fato é que maioria dos vereadores de Camaçari, que por obrigação legal deveriam fiscalizar o executivo, fazem vista grossa, simplesmente por fazerem parte da base de Elinaldo, sendo até mesmo o presidente da Câmara, o escolhido para dar continuidade ao seu modelo de gestão.
Tudo isso faz com que maioria dos vereadores lavem as mãos para o episódio, até que a acusação caia no esquecimento dos camaçarienses. Mas estamos aqui para relembrar.
A acusação é muito grave. É uma empresa de grande porte, que poderia tirar mais de 300 famílias do desemprego – além de que, pedir propina se configura crime de corrupção ativa, e deve ser investigado com todo o rigor – e a Câmara tem a obrigação de elucidar os fatos. Vavau, Tagner e Dentinho foram os únicos a peitarem o governo com um pedido de CPI, mas infelizmente requer maioria para que a ação ganhe novos capítulos e que a verdade seja esclarecida por completo.
Não é nem um pouco razoável, que o presidente da casa e pré-candidato a prefeito de Camaçari, Flávio Matos – que apresenta como lema de pré-campanha, a verdade – não faça questão de colocar tudo em pratos limpos.
Camaçari precisa de uma resposta sobre o que de fato aconteceu para a empresa Dragão não se instalar no município. Por que o assunto foi tratado como resolvido tão rapidamente pelo governo? Por que os vereadores não fizeram o seu papel? Por que querem reeleição se não cumprem com o mínimo atribuído a sua função política?
Se essas perguntas ofendem, ignorar uma denúncia de propina e possível prejuízo a diversas famílias da cidade, ofende muito mais.
Coluna Quebra-queixo
Conteúdo de Opinião
Joe Improta